Novos paradigmas de produção e novas formas de organização do trabalho surgiram, colocando de lado sistemas fordista-tayloristas de produção em massa em favor à customização máxima e o Just-in-case. A implantação de equipes de trabalho, a gestão e garantia da qualidade da produção se tornaram realidade tanto no produto final, como no seu processo de fabricação e/ou concepção. Entretanto, em muitas empresas ainda se mantém a relação hierárquica tradicional. O modelo de produção permanece tecnocêntrico.
Eis que surge na virada do século uma nova sociedade e, juntamente com ela, um novo paradigma. Hoje, exige-se maior qualificação e envolvimento do trabalhador por um fato nem tanto óbvio a muitos gestores: de todos os capitais alocados na empresa, o único que pode fazer todos funcionarem de forma competitiva e sustentável é o capital humano.
O gerenciamento dos relacionamentos entre os agentes econômicos, e aqui incluímos também os colaboradores e seu nível motivacional, pode repercutir de forma significativa na redução dos custos de transação no mercado (ISRAELSEN; RATLIFF; SKOUSEN; SCHEUING, 2006). Um bom gestor deve estar ciente de que a organização deve investir na especialização da informação de seus bancos de dados e na extrapolação dessas em conhecimento. Para tanto, afirma DRUCKER (2004), os profissionais executores nessas tarefas devem se auto-gerenciar. E é exatamente aí que a motivação (ambas, interna e estimulada pelo gestor) começa a trabalhar. Um profissional envolvido com os projetos pelos é responsável e comprometido com a missão da empresa renderá muito mais lucro para si mesmo, para a sociedade e para a organização, visto que poderá realizar-se em diferentes esferas: a) ética – ao auxiliar ao próximo e devolver à sociedade o investimento feito nele; b) estética – almejando à beleza; c) intelectual – na superação científica e busca da verdade; e, d) espiritual – na procura da unidade. Visto o trabalho corresponder a uma produção também subjetiva, a motivação e a satisfação da pessoa no ambiente de trabalho desdobram-se em potencialidades positivas além da simples produção de produtos e prestação de serviços.
Se as corporações insistirem em contratar mão-de-obra altamente qualificada e investir no seu aperfeiçoamento contínuo sem despertar para a necessidade da gestão desse conhecimento produzido e da motivação, ou estará contribuindo para a concorrência – uma vez que preparará o colaborador para uma empresa que o valoriza e aproveita sua capacidade produtiva –, ou pecará por não aproveitar o investimento feito junto a seus funcionários. Afinal, toda organização é constituída de pessoas e seu sucesso depende diretamente delas (CHIAVENATO, 2000).
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