domingo, 31 de janeiro de 2010

Rodízio com Chopp 0800

Isso mesmo!

O Picanha da Praia terá rodízio de churrasco com chopp grátis até o dia 11/02.

O esquema é o seguinte: de 17h às 22h, você pode comer o que quiser de churrasco e beber chopp com os amigos.

Preço razoável: R$ 49,90.

ONDE
Picanha da Praia

Rua Aleixo Neto, 208
Santa Lúcia - Vitória, ES

3235-3250


BEBA COM MODERAÇÃO!

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O verdadeiro George Clooney


por Luís Fernando Verissimo



Longe de mim querer difamar alguém, mas acho que no caso do George Clooney o que está em jogo é a autoestima da nossa espécie, os homens que não são George Clooney. Todas as nossas qualidades e todos os nossos atributos, físicos e intelectuais, desaparecem na comparação com o George Clooney. As mulheres não escondem sua adoração pelo George Clooney. O próprio George Clooney nada faz para diminuir a idolatria e nos dar uma chance. Fica cada vez mais adorável, cada vez mais George Clooney. E se aproxima da perfeição. É bonito. É charmoso. É rico. É bom ator. Faz bons filmes. Está envolvido com as melhores causas. E que dentes! Não temos defesa contra esse massacre. Só nos resta a calúnia.

Os dentes são falsos. Ali onde elas veem pomos da face irresistíveis e um queixo decidido, há, obviamente, botox. Ele tem pernas finas e desvio no septo. É solteiro, portanto, claro, gay. Tem casa num dos lagos italianos, o que já é suspeito, e dizem que anda pelos seus chãos de mármore depois do banho de espuma vestindo um longo caftã bordado e sendo borrifado com perfumes florais pelo seu amante filipino Tongo, enquanto seu amante italiano, Rocco, prepara a salada de rúcula completamente nu. George Clooney bate na mãe todas as quintas-feiras. É extremamente burro. Só leu um livro até hoje e não lembra se foi O Pequeno Príncipe ou O Grande Gatsby. Nos filmes em que faz personagens mais reflexivos, contratam um dublê para as cenas dele pensando. Foi ele que propôs a demolição da Torre Eiffel porque já era mais que evidente que não encontrariam petróleo no local. E sua sovinice é lendária. Levou nadadeiras quando visitou Veneza, para não gastar com táxi.



É notório, em Hollywood, o mau hálito do George Clooney. Quando ele fala em algum evento público, as primeiras três fileiras do auditório sempre ficam vazias. Atrizes obrigadas a trabalhar com ele têm direito a um adicional por insalubridade, em dobro se houver cenas de beijo. Outra coisa: a asa. Não adiantam as imersões em espuma na sua banheira em forma de cisne, nem os perfumes florais borrifados, o cheiro persiste. Sabem que George Clooney e suas exilas se aproximam a metros de distância, e muita gente aproveita o aviso para fugir.

Além de tudo, tem seborreia e é Republicano.


Passe adiante...


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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Palestra gratuita sobre hipnose

O Instituto Milton H. Erickson do Espírito Santo realizará na próxima 5a feira (04/02) uma palestra gratuita sobre as aplicações da hipnose.

Estão convidados profissionais da área da saúde.

Onde e quando
04/02 (quinta-feira)
20 horas

Clínica Integrada de Psicoterapia Liberato Schwartz
Rua Santa Rita de Cássia 129 Bairro de Lourdes
Vitória - ES

Mais informações: 3223-1617


Espero vocês lá!


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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Conquistando meus sonhos de infância







Prometi no último post falar um pouco sobre Randy Pausch, falecido professor da Carnegie-Mellon que ficou conhecido mundo afora pelo vídeo de sua "aula de despedida" (que acabou se tornando realidade) e pelo livro subsequente A Lição Final.

Dei esse livro para meu pai de aniversário em 2008 e, como fazia parte de meu esquema de leituras para 2010, comecei a lê-lo na última sexta-feira. As páginas estão voando, é o mínimo que posso dizer.

Apesar do vídeo de Pausch ser bem maior que o de Jobs - sobre o qual escrevi no último post -, minhas anotações foram muito menores. Creio que pelo impacto da fala e pelo estilo do palestrante.

Acho que o fato de ser professor criou uma identificação maior com Pausch e me fez anotar menos do que poderia. É como se a mensagem acontecesse em níveis além do consciente e do racional.

Durante a "aula", Pausch mostra diversas fotos de infância - todas sorrindo. No livro, explica como foi difícil escolher os slides e as fotos para a palestra e achar o eixo certo para passar a mensagem que desejava.

Mas, para início de conversa, Pausch mostra uma lista de sonhos de infância:
  • experimentar gravidade zero
  • jogar na NFL (liga estadunidense de futebol americano)
  • escrever um artigo para a enciclopédia The World Book
  • ser o capitão Kirk de Jornada nas Estrelas
  • ganhar um monte de bichos de pelúcia em parques de diversão
  • trabalhar no departamento de criação da Disney
Bem, alguns sonhos foram realizados, outros de certa forma adaptados e jogar na NFL não passou de alguns treinos quando garoto num time de liga infanto-juvenil.

Por volta de Setembro e Outubro de 2009, pensei um pouco sobre meus sonhos de infância, e não sei se conseguiria listá-los por completo agora. Mas, alguns deles hoje estão bem vivos e no ano passado minha ficha caiu de forma surpreendente.
  • ser o capitão Kirk de Jornada nas Estrelas
  • ser o MacGyver
  • ser professor
  • escrever um livro
  • viajar para outros planetas
  • conhecer sítios arqueológicos
  • cozinhar comidas gostosas
  • ser um cientista
  • morar em outro país

Como Randy Pausch, cheguei perto de alguns sonhos e outros bem tantos assim.
No sábado, conversando com uma amiga, comentei que o mais perto que consegui de ser capitão Kirk foi ser o Spok...



MacGyver... menos ainda. Continuo praticando como montar uma bomba com cuspe, palito de picolé e dois clipes de papel.





Ser professor faz parte de minha vida. É forma que encontrei de contribuir para a mudança do mundo para um bom lugar para se viver. Acredito que seja uma maneira de fazer a diferença.

E com isso, acabei por me tornar cientista. Não aquele de laboratório ou professor Pardal. Gosto de fazer pesquisas e leio muitos artigos científicos - até mesmo alguns que não são de minha área de formação. A fome por conhecimento é incrível e prezo por instigar isso em meus alunos.

Ainda não escrevi meu livro - digo não publiquei. Até o momento tenho uma dissertação, um artigo publicado, outro no prelo e mais dois submetidos a revistas, bem como um capítulo de livro. Mantenho 3 blogs razoavelmente atualizados há quase 3 anos [blog1, blog2, blog3, twitter] e pratico minha filosofia e poesia caseira vez ou outra. Tenho planos de publicar algo que mescle fotografia[flickr1, flickr2], poesia e filosofia. Quem sabe um dia!?...

Não viajei para outros planetas, mas conheci vários lugares no Brasil e no exterior. Também não visitei sítios arqueológicos, mas gosto de museus, cidades históricas e coisas antigas. Tive o enorme prazer de passar um dia no Louvre e enquanto todo mundo foi se estapear para ver a Mona Lisa, estava eu tranquilamente curtindo o setor de História Antiga com minhas estátuas babilônicas, múmias e tábuas de argila com escrita cuneiforme.

Morei nos EUA durante meu programa de intercâmbio e pude aprender sobre um povo interessante, os mórmons. Talvez você já tenha se deparado com dois missionários na porta de sua casa.

E para finalizar, um dos meus hobbies: cozinhar. Podem perguntar para a família e os amigos.


Pausch lista alguns alguns valores que acredita serem importantes, e, como outros palestrantes de vídeos que assisti no último mês, compartilho com ele da mesma crença e me esforço para exercitá-los.
  1. Barreiras e obstáculos existem por uma razão: mostrar o quanto você quer algo
  2. Proporcione às pessoas a oportunidade de alcançar seus sonhos de infância
  3. Relacionamentos são importante: cuide deles com carinho
  4. Mantenha o entusiasmo infantil inocente de acreditar nos sonhos
  5. Ajude às pessoas
  6. Nunca desista
  7. Ache o melhor que há em cada pessoa: dê tempo para que ele(a) mostre seu potencial
  8. Prepara-se para a vida: trabalhe e pare de reclamar
  9. Aprecie o feed back recebido
  10. Mostre gratidão
  11. Diga a verdade
  12. Tenha seriedade e engajamento no que faz
  13. Peça desculpas quando fizer algo errado
  14. Quando for pedir ajuda, foque nas pessoas e não em você: sempre ofereça uma contrapartida

Parece maluquice, mas descobri que ainda jovem conquistei muitos de meus sonhos de infância. Descobri que sonhar faz bem, que sonhar nos ajuda a sermos felizes.


Acho que vou continuar sonhando... e você?


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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PRIMEIRA UNIVERSIDADE BILÍNGUE DO BRASIL COMEÇA A FUNCIONAR NO 2º SEMESTRE

UNILA, em Foz do Iguaçu, terá 50% das vagas para alunos e docentes latino-americanos

Foi criada no dia 13/01/2010 a primeira universidade brasileira bilíngue, com aulas em português e espanhol e 50% das vagas reservada a alunos e professores de países latino-americanos. Trata-se da UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-Americana),instituída por meio de lei sancionada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As aulas deverão começar no segundo semestre deste ano com mil alunos. Dentro de cinco anos, segundo o Ministério da Educação, serão 10 mil. A sede ficará em Foz do Iguaçu (PR) na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A ideia é que os cursos sejam de interesse comum aos países da região. Por exemplo: direito internacional comparado; engenharia civil com ênfase em infraestrutura; políticas linguísticas latino-americanas e relações internacionais e integração regional. O ministro Fernando Hadad afirmou que a instituição poderá trabalhar em temas como uma moeda única para os países do Mercosul e a integração das matrizes energéticas.


ENEM
A seleção dos alunos brasileiros será feira pelo ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Para o segundo semestre deste ano, os alunos poderão se inscrever com a nota do exame final de 2009 ou então, possivelmente, com a nota obtida no teste que pode acontecer neste semestre, possibilidade que ainda está sendo discutida no INEP (instituto ligado ao MEC). Para os estudantes estrangeiros, haverá uma outra prova em espanhol. A UNILA ficará em um terreno de Foz cedido pela estatal Itaipu Binacional. A sede será um prédio projetado por Oscar Niemeyer, mas, enquanto ele não fica pronto, serão utilizadas instalações já existentes. Haverá ao todo 500 docentes, 250 brasileiros e 250 professores visitantes vindo de outros países da região. A instituição será mantida pelo governo brasileiro. Tramita no Congresso ainda outra proposta do governo de universidade federal inserida na mesma linha de política externa: a UNILAB (Universidade Federal de Integração LusoAfro-Brasileira), que receberá alunos de outros países de língua portuguesa, principalmente africanos. Ela funcionará em Redenção (CE). (ANGELA PINHO).


Fonte: ABOP

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A vida é curta... CURTA!

Aos meus amigos

No início do mês, recebi notícias de que uma colega dos tempos de escola estava com câncer e estava fazendo quimioterapia. Na semana passada, um amigo meu me disse que ela tinha falecido. Como a notícia não tinha sido confirmada ainda e tínhamos um casamento de uma grande amiga no final de semana, preferi poupar a todos e confirmar somente nesta semana.

Realmente ela tinha falecido. E recebi a confirmação num momento muito estranho. Como tenho postado ao longo do último mês sobre planejamento de vida e profissional e algumas questões que estão me cutucando as ideias, baixei do YouTube alguns vídeos - entre eles as palestras de Steve Jobs (2005 em Stanford) e de Randy Pausch (2007 na Carnegie-Mellon).

Pois, bem... Assisti ao Steve Jobs e, quando cliquei no arquivo da palestra do Pausch, meu celular tocou. Era uma grande amiga minha confirmando o falecimento da moça.

Minha única pergunta : Você que estava um pouco mais em contato com ela me diga... ela estava feliz?

Verdade seja dita: mais um evento para me levar a refletir sobre meus objetivos e valores.


Gostei muito dos vídeos e acho que eles seguem na mesma linha dos já postados por aqui no ProjetoALPHA.






Steve Jobs conta 3 pontos de sua vida.

1) Conectando consigo mesmo
Frisa a necessidade de entrarmos em contato com nós mesmos. In short, ele mostra com sua própria biografia como é impossível ligar os pontos quando refletimos e nos projetamos no futuro.

Mas, quanta diferença quando olhamos para trás...
10 anos depois tudo fica muito claro.

A dica de Jobs é acreditar em algo: karma, Deus, seja lá no que for. ACREDITE! A fé lhe dará a confiança necessária para que você siga o que seu coração lhe diz e ter forças para lutar.


2) Do amor e das perdas
Descobrimos logo cedo na vida o que nós amamos. (Hoje reconhece isso na minha própria jornada rumo ao magistério...)

Jobs nos conta sobre o início da Apple, sua demissão, da Next e da Pixar e como acabou voltando para a Apple. (UHU! Viva o iPod, iPhone e afins...)

Às vezes, a gente perde. Às vezes, a gente ganha. Filosofia barata, mas universalmente consistente. O que nos mantém no caminho são as coisas que amamos.


3) Da morte
Jobs encarou a morte de frente, com capuz preto, foice e tudo.

Quando era rapaz, ele leu uma frase que leva consigo até hoje: se você viver como se fosse o último dia de sua vida, algum dia você estará certo.

E, então, ele se pergunta: se hoje fosse o último dia de minha vida, eu faria o que está na agenda de hoje?
E se você der de cara com muitos NÃOS por muitos dias seguidos, pense se realmente está levando a vida que gostaria de levar.

Pois Jobs teve um câncer de pâncreas diagnosticado. E por algumas horas, ficou com as palavras de morte do médico na cabeça. Depois descobriu que poderia removê-lo cirurgicamente.

Ninguém quer morrer... Mesmo aqueles que acreditam num Céu ou em vida após a morte.

A vida é curta. Não viva a vida de outros, as opiniões dos outros, nem as expectativas dos outros. VIVA!
Acredite no seu coração e na intuição. Lá na infância você já sabia o queria fazer da vida. O resto é secundário.

Mantenha a mente aberta. Com fome de vida. Com inocência.


Bem, como este post está longo, acho que vou deixar o comentário do vídeo do Pausch para outro dia...


Tenham uma excelente vida!


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sábado, 23 de janeiro de 2010

Uma piada quadrada




Poxa... brilhante hein! Quer dizer que é tudo igual?!?!?

Isso é que é um tiro no pé caro pra caramba!!! Kaiser sempre com campanha de duplos sentidos que denigrem a própria imagem.

Essa não desceu redondo...


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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Que furo hein!


Recebi um tweet da Época Negócios...


... e quando cliquei no link...



NADA!!!

Abriu uma página de formatação de post.


CINCO MINUTOS DEPOIS...


Leia o post de verdade clicando aqui.

Preciso comentar?...


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PASSEIO SOCRÁTICO

por Frei Betto

Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'. 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'. Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald's...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático. Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!"


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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A educação salva? E a ignorância?

Ontem, ao assistir a The Wall, fui diversas vezes atravessado por lembranças do último semestre e das reflexões às quais tenho me dedicado há cerca de um mês com mais dedicação.

A forma como pensamos a formação dos profissionais (e cidadãos) do futuro precisa definitivamente de uma revisão. A promessa capitalista de que o estudo leva necessariamente ao sucesso na carreira e de que a propriedade de bens e a acumulação de capital são a saída para todos os males tem mostrado como temos destruído o mundo e a nós mesmos. Estamos doentes: indivíduos, sociedade e biosfera.

Recordo-me vivamente de uma aula ao final deste semestre. Disposto a me dedicar, com o propósito de mudar a vida daquelas pessoas, uma aluna me pergunta o motivo de dar aulas deste meu jeito diferente dos demais professores. Expliquei que gostaria de proporcionar uma vida diferente aos alunos, dá-los a oportunidade de conhecer o mundo de uma forma diferente e mudar suas vidas.




Ela implacavelmente retrucou que preferia permanecer alienada. Lembrei de Cypher em Matrix: ignorance is bliss.




Quem tem a razão: o ovo ou a galinha?


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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O que você vai fazer da sua vida?

Em menos de 3 minutos Sagmeister dá conta de nos apresentar com clareza e simplicidade ideias que deveriam ser consideradas com muito carinho por cada um de nós neste primeiro vídeo.

Ele nos apresenta uma tese que aplica em sua própria vida: tirar um ano sabático pode fazer seu trabalho render mais tanto financeiramente como produtivamente, além, é claro!, de ser mais satisfatório. O ano sabático consiste em fechar seu escritório por um ano. Quando alguém o manda um e-mail, por exemplo, recebe uma mensagem de volta falando para retomar o contato na data X, quando o escritório reabrirá.






Sagmeister frisa durante toda sua fala o quanto foi compensador tirar um tempo para si, para descansar e curtir novas experiências. Tudo que fez foi pensar nos 40 anos de produção que esperava de si - dos 25 aos 65 - e em esticar um pouco até os 70 anos. Como assim? você deve estar pensando, trabalhar mais?!? Sagmeister pretende pegar 5 anos da aposentadoria e entremear a cada 7 anos de trabalho para ter direito a cinco sabáticos ao longo da carreira.

Uma das justificativas da qual lança mão é que prefere tirar o período sabático e rende mais no trabalho e dar um retorno para a sociedade do que ser egoísta e gastar esse tempo na aposentadoria com dois ou três netos. Uma forma inovadora de encarar o resultado desses descanso diferenciado ao qual se proporciona, com direito a diversão, cuidados com a espiritualidade e recarregar as energias e a criatividade.

A Google, por exemplo, dá aos funcionários 20% de tempo para dedicação a projetos pessoais. E você, quanto tempo tem reservado para seus projetos?

Sagmeister brilhantemente nos lembra de pensar em 3 níveis: emprego (job), carreira (career) e vocação/missão pessoal (calling). O job nos garante pagar as contas e comprar coisas; career é um senso de continuidade e responsabilidade para com a sociedade; calling é algo no nível da espiritualidade, o que nos dá sentido para a vida.

Sim, inovadora é a forma de encarar a experiência. Reservar um tempo para projetos pessoais não é nada novo. A 3M já faz isso desde a década de 1930 e dentro os frutos podemos listar o post-it e vários outros produtos que surgiram a partir de projetos pessoais de seus engenheiros.

No próximo vídeo, things I've learned, Sagmeister apresenta em 5 minutos as construções possíveis após o ano sabático e o quanto o tempo tirado foi satisfatório.





Creio que a concepção apresentada por Sagmeister somente é possível por encarar o mundo de uma forma única. Em happy design, ele apresenta 3 pontos para nossas vidas.
  1. faça algo que tenha impacto na vida das pessoas
  2. faça o que gosta
  3. faça o que o deixa feliz





SEJA FELIZ!

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sucesso... o que é isso?





Diariamente somos bombardeados pela mídia com mensagens sobre como devemos ser vitoriosos, vencermos na vida, sermos o número 1 e guerreiros. Mas será que consideramos os acasos da vida, o que acontece além do nosso controle? Livros e mais livros nas prateleiras na seção de auto-ajuda dizem ter a receita para resolver nossos problemas como se fosse uma questão de ir lá, fazer e pronto. Esse é o segredo... Será isso mesmo?

Alan de Botton nos faz uma pergunta importante em sua fala no video desta palestra do TED: o que é o sucesso?

Talvez o que mais nos incomoda são as pessoas esnobes, frutos de um fenômeno global. Muitos pegam uma pequena parte de si e a engrandecem como se elas fossem em si aquela característica e nada mais.

Um tipo de esnobismo comum atualmente é o referente ao trabalho. Antigamente perguntávamos de qual família a pessoa era; hoje perguntamos onde trabalha e pedimos seu cartão de visita. Isso remete ao segredo dos guerreiros do mundo meritocrático: o que podemos conquistar ao longo da vida? Qualquer coisa! Basta querer! Esse é um ponto veiculado continuamente na mídia: podemos ser quem quisermos, fazer o que quisermos, conquistar tudo que sonhamos.

Mas, afinal, o que é essa tal meritocracia? Um mundo meritocrático, no qual todos recebem o que merecem por mérito de seus esforços é um sonho. Infelizmente, nem sempre é assim. Infortúnios acontecem e fatores randomicos e aleatórios emergem a todo momento. A sensação que essa onda de auto-ajuda neoliberal dá é de que se aplicarmos nossas energias, nossa dedicação e nossos talentos, com certeza chegaremos ao topo.

Peraí!.... Mas só existe UM primeiro lugar. Então tomamos nossas falhas e insucesso pessoalmente e nos culpamos. Claro que devemos nos preparar e ficar espertos para as oportunidades que aparecem. Porém, devemos lembrar que isso não garante as consequências de nossas ações.

Aqui entra Edgar Morin com a Ecologia da Ação. Escolher é inevitável e escolhemos continuamente mesmo se tentarmos negar tal fato. Contudo, as consequências de nossas escolhas (ações) são apenas hipóteses. Nossas escolhas são apostas, e, como toda álea, cabe ao desenrolar progressivo da existência revelar as cartas.

Numa sociedade capitalista/materialista ordenamos nossos mundinhos em hierarquias sociais baseadas em nossas posses. A mídia cria verdadeiros heróis humanos - visto a falta de mitos metafísicos e a queda das ideologias e apologias religiosas. Nós adoramos e veneramos a nós mesmos, os seres humanos. As conquistas materiais - claro que algumas ajudam um tanto em nosso conforto - se tornam recompensas ao nosso esforço: você pode, você merece... Tentamos nos dar amor; um amor perdido, um amor que nunca existiu.

Sim, um amor total e artificial.
Deveríamos reconhecer a verdade: não podemos ter tudo. Podemos sim agradecer o que temos e sonhar com a felicidade. Mas a felicidade não é necessariamente posses.

Quais são seus valores?
Quais são suas prioridades?

Pra quem chegou agora, sugiro ler os posts DeMaio e Tom Coelho.
Continue acompanhando nossa série especial de posts sobre Projeto de Vida, Felicidade e uma nova perspectiva.


FELICIDADES!


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