sexta-feira, 11 de julho de 2008

Segundo Round: será que a Inbev vai conseguir cansar a Bud?

Mal se iniciou a batalha e a Inbev tomou uma pelas costas que provavelmente não esperava. Eu previa que a Anheuser-Busch iria "jogar baixo" e apelar para o patriotismo americano. E foi justamente aí que a Bud arrumou a sua arma mais forte. Apesar da empresa belgo-brasileira oferecer um prêmio de 30% sobre o valor das ações em sua tentativa hostil de tomada da brewery americana, a resposta está carregada no mesmo nível.

A Bud investe em seu contra-ataque com todo o arsenal possível: a maior distribuidora de Buds nos EUA pertence à família da esposa do Senador McCain (candidato republicano à presidência americana); a Inbev possui uma marca de cervejas (Bucanero) que é vendida em Cuba, o que fere a política de blindagem anti-Castro e embargo imposta por Washington; sugeriram entrar com uma ação na U.S. Securities and Exchange Commission para se defender da possibilidade de retirada da diretoria se a compra ocorrer; além de rolar um rumor entre os americanos de boicotar a Bud caso ela se torne uma marca Inbev, entre outras ações de retaliação.

A percepção que tenho é que tio Sam ficou incomodado com a possibilidade de ter seu quintal invadido por um Mr. Nobody (sem ofensas Brito!) e querer roubar uma jóia de família. A Bud faz parte do imaginário americano e é verdadeiramente um símbolo nacional. O choramingo é tamanho que até a eleição presidencial norte-americana está se envolvendo no processo de aquisição.

Sabemos que acionistas da Bud ficariam felizes com o negócio, pois poderiam embolsar uma boa grana ou simplesmente aguardar e esperar pelos frutos da agressiva gestão brasileira da Inbev. O playboy Busch IV vai se agarrar à tradição americana e babar os esforços de Brito.

Qual o final da estória?
Eu não me atrevo a opinar sob risco de morder minha própria língua. Me reservo a acompanhar a batalha através do NY Times para ter uma perspectiva de como os gringos estão lidando com a situação. Vocês conhecem aquela máxima "quem não chora, não mama"? Pois é exatamente isso que Busch IV usa como estratégia.

Sempre que me lembro desse assunto eu me pergunto...
Brito, você também vai chorar?

Conhecido pelos corredores da Inbev por ser linha dura, Brito precisa aprender que devemos usar da emoção quando a razão está embreagada.

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