terça-feira, 8 de julho de 2008

2008
O ano do dragão


Depois de passar anos de repressão e fundamentalismo político, os chineses se deparam com um cenário inusitado em seu país. Uma enchurrada de investimentos e políticas públicas bem desenhadas promovem crescimento horizontal e vertical na China. E isso é bom para todos nós?

Já ouvi muitas piadas sobre asiáticos. Inclusive a respeito de algo que lhes é bem característico: seus olhos puxados. Mas, me parece que eles têm olhos bem abertos e nós é que não vemos as oportunidades que perdemos por falta de planejamento estrutural.

A China ficou imersa numa revolução cultural liderada por Mao que "higienizou" o país, perseguindo todo e qualquer cidadão que possuisse a mais infima sentelha de pensamento concorrente com a vertente ideológica do grande líder. Alguns chegaram a ser presos por muitos anos, como Yin Mingshan, dono da Lifan. Hoje, o partido se desculpa pelo mal entendido.

A juventude chinesa viveu as décadas de 1970 e 1980 sonhando com cargos públicos e estabilidade de emprego. Bem diferente disso, a nova geração vive num país com vocação para o crescimento e o empreendedorismo que um dia fora taxado de subversivo, hoje é contado como a mitologia da formação do novo país que surge entre a névoa de cimento e poluição. O governo chinês criou zonas de produção especiais e políticas que permitem ao investidor estrangeiro criar empresas no país se se aliar a um empresário nacional ou ao governo.

Isso só foi possível graças à visão de Deng Xiaoping, sucessor de Mao. "Pobreza não é socialismo", disse o lider chinês em discurso que mudou os rumos da milenar nação oriental. Aqueles jovens empreendedores mostraram ao partido que não estavam brincando e praticamente do zero construiram impérios dentro do império. O país que há cinco anos não possuia representantes na lista dos mais ricos do mundo publicada pela revista Forbes, agora conta com 42 cabeças.

A China vem crescendo a taxas de dois dígitos há alguns anos e ainda não sabemos por quanto tempo, nem as reais implicações da transformação que isso acarretará em nossas vidas. O que sabemos é que o mundo não suportará tantas pessoas levando vivendo o American way of life. E o Chinese way of life ou o Indian way of life?

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