Prometi no último post falar um pouco sobre Randy Pausch, falecido professor da Carnegie-Mellon que ficou conhecido mundo afora pelo vídeo de sua "aula de despedida" (que acabou se tornando realidade) e pelo livro subsequente A Lição Final.
Dei esse livro para meu pai de aniversário em 2008 e, como fazia parte de meu esquema de leituras para 2010, comecei a lê-lo na última sexta-feira. As páginas estão voando, é o mínimo que posso dizer.
Apesar do vídeo de Pausch ser bem maior que o de Jobs - sobre o qual escrevi no último post -, minhas anotações foram muito menores. Creio que pelo impacto da fala e pelo estilo do palestrante.
Acho que o fato de ser professor criou uma identificação maior com Pausch e me fez anotar menos do que poderia. É como se a mensagem acontecesse em níveis além do consciente e do racional.
Durante a "aula", Pausch mostra diversas fotos de infância - todas sorrindo. No livro, explica como foi difícil escolher os slides e as fotos para a palestra e achar o eixo certo para passar a mensagem que desejava.
Mas, para início de conversa, Pausch mostra uma lista de sonhos de infância:
- experimentar gravidade zero
- jogar na NFL (liga estadunidense de futebol americano)
- escrever um artigo para a enciclopédia The World Book
- ser o capitão Kirk de Jornada nas Estrelas
- ganhar um monte de bichos de pelúcia em parques de diversão
- trabalhar no departamento de criação da Disney
Bem, alguns sonhos foram realizados, outros de certa forma adaptados e jogar na NFL não passou de alguns treinos quando garoto num time de liga infanto-juvenil.
Por volta de Setembro e Outubro de 2009, pensei um pouco sobre meus sonhos de infância, e não sei se conseguiria listá-los por completo agora. Mas, alguns deles hoje estão bem vivos e no ano passado minha ficha caiu de forma surpreendente.
- ser o capitão Kirk de Jornada nas Estrelas
- ser o MacGyver
- ser professor
- escrever um livro
- viajar para outros planetas
- conhecer sítios arqueológicos
- cozinhar comidas gostosas
- ser um cientista
- morar em outro país
Como Randy Pausch, cheguei perto de alguns sonhos e outros bem tantos assim.
No sábado, conversando com uma amiga, comentei que o mais perto que consegui de ser capitão Kirk foi ser o Spok...
Já MacGyver... menos ainda. Continuo praticando como montar uma bomba com cuspe, palito de picolé e dois clipes de papel.
Ser professor faz parte de minha vida. É forma que encontrei de contribuir para a mudança do mundo para um bom lugar para se viver. Acredito que seja uma maneira de fazer a diferença.
E com isso, acabei por me tornar cientista. Não aquele de laboratório ou professor Pardal. Gosto de fazer pesquisas e leio muitos artigos científicos - até mesmo alguns que não são de minha área de formação. A fome por conhecimento é incrível e prezo por instigar isso em meus alunos.
Ainda não escrevi meu livro - digo não publiquei. Até o momento tenho uma dissertação, um artigo publicado, outro no prelo e mais dois submetidos a revistas, bem como um capítulo de livro. Mantenho 3 blogs razoavelmente atualizados há quase 3 anos [blog1, blog2, blog3, twitter] e pratico minha filosofia e poesia caseira vez ou outra. Tenho planos de publicar algo que mescle fotografia[flickr1, flickr2], poesia e filosofia. Quem sabe um dia!?...
Não viajei para outros planetas, mas conheci vários lugares no Brasil e no exterior. Também não visitei sítios arqueológicos, mas gosto de museus, cidades históricas e coisas antigas. Tive o enorme prazer de passar um dia no Louvre e enquanto todo mundo foi se estapear para ver a Mona Lisa, estava eu tranquilamente curtindo o setor de História Antiga com minhas estátuas babilônicas, múmias e tábuas de argila com escrita cuneiforme.
Morei nos EUA durante meu programa de intercâmbio e pude aprender sobre um povo interessante, os mórmons. Talvez você já tenha se deparado com dois missionários na porta de sua casa.
E para finalizar, um dos meus hobbies: cozinhar. Podem perguntar para a família e os amigos.
Pausch lista alguns alguns valores que acredita serem importantes, e, como outros palestrantes de vídeos que assisti no último mês, compartilho com ele da mesma crença e me esforço para exercitá-los.
- Barreiras e obstáculos existem por uma razão: mostrar o quanto você quer algo
- Proporcione às pessoas a oportunidade de alcançar seus sonhos de infância
- Relacionamentos são importante: cuide deles com carinho
- Mantenha o entusiasmo infantil inocente de acreditar nos sonhos
- Ajude às pessoas
- Nunca desista
- Ache o melhor que há em cada pessoa: dê tempo para que ele(a) mostre seu potencial
- Prepara-se para a vida: trabalhe e pare de reclamar
- Aprecie o feed back recebido
- Mostre gratidão
- Diga a verdade
- Tenha seriedade e engajamento no que faz
- Peça desculpas quando fizer algo errado
- Quando for pedir ajuda, foque nas pessoas e não em você: sempre ofereça uma contrapartida
Parece maluquice, mas descobri que ainda jovem conquistei muitos de meus sonhos de infância. Descobri que sonhar faz bem, que sonhar nos ajuda a sermos felizes.
Acho que vou continuar sonhando... e você?
3 comentários:
Acredito muito nos valores listados por Pausch, se todas as pessoas conseguissem praticar e estimular cada um dos valores listados, concerteza teríamos um mundo com pessoas muito mais realizadas profissionalmente, e pessoalmente. Pois quando você estimula o melhor de cada um, e o melhor de você, a tendência é que toda essa energia retorne pra você.
Sim professor, sempre vou sonhar.. Todas as grandes obras da humanidade começaram a partir de um sonho, e que homem é esse, Pausch? Alguém que nos reporta ao passado com extrema doçura, que nos faz lembrar que sonhar é bom, que ser bom é bom... Nos faz refletir também que já na nossa infancia, quando sonhamos e desejamos estamos montando traços da nossa personalidade e talvez até traçando metas para a vida adulta. Estou desejando comprar o livro.
Gostei muito desse post.
Vou revisar os meus sonhos, ver por qual deles vale a pena lutar....
Obrigada professor!
Luana Bandeira
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