Segundo estimativas de uma pesquisa Ibope/Netratings realizada desde 2000, somos hoje cerca de 22 milhões de usuários residenciais de internet no Brasil. Somos campeões em tempo online: média de 22 horas e 24 minutos. Em segundo lugar estão os americanos com 19h52min; franceses em terceiro com 19h40min; e, japoneses com 18h29min.
A internet quebrou um barreira importante para os relacionamentos interpessoais. Antes de seu advento, outros meios de comunicação já contribuíram para a repetição de interações entre pessoas e a manutenção de relacionamentos. Entretanto, as novas tecnologias (internet e telefonia móvel) criaram um impacto considerável. Diversas ferramentas como blogs, Orkut, MSN Messenger e outros permitem que conversemos, façamos amigos e nos relacionemos de forma distinta. A necessidade de presença física e interação presencial foram dispensadas e substituídas por interações online que são por vezes mais reais do que virtuais. Assisti agora a pouco uma reportagem no Fantástico falando sobre um casal que manteve uma relacionamento virtualmente e se casaram no cartório por procuração assistindo tudo através de seus computadores bem longe do Brasil.
O mundo passa por mudanças profundas no que tange as possíveis arquiteturas dos relacionamentos interpessoais, acompanhando a planificação provocada pela globalização. Apesar de nem tão plano assim, a introdução em massa de novas tecnologias provocam alterações nos antigos padrões de comportamento interpessoal e transformam nossa cultura. Em duas pesquisas que realizei em 2006 e 2007, observei jovens que possuem amigos com os quais se relacionam tanto presencialmente quanto online diariamente, bem como jovens que possuem amigos com os quais nunca se encontraram pessoalmente.
Os cientistas do comportamento humano e dos relacionamentos interpessoais devem estar atentos a essas mudanças e realizar pesquisas que apontem as mudanças advindas dessa nova configuração social resultante da influência das tecnologias de comunicação.
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