Quero relembrar o caro leitor de ALPHA de nossa discussão do dia 18 de Abril sobre geração de empregos e o futuro do mercado de trabalho. Um dos pontos abordados foi a exportação de parte de nossa elite intelectual por falta de oportunidades em nosso país. Devo confessar minha surpresa quando ouvi de uma ex-colega do Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFES (onde cursei meu mestrado) que ela tinha se tornado estudante profissional. Segundo alegou a colega, diversos alunos se formam no ensino superior e passam longos períodos sem conseguir trabalhar ou trabalham em condições aquém de suas qualificações.
Vemos muitos alunos de universidades federais que não tiveram oportunidades de estagiar e adquirir a tão requisitada experiência se encontram diante de um mercado de trabalho competitivo. Assim, distorções de carreira ocorrem com frequência maior do que poderíamos esperar. Alunos que praticamente passaram toda sua graduação fazendo iniciação científica, não por se sentirem atraídos pela pesquisa ou pela docência, por falta de estágio de caráter profissionalizante prorrogam sua entrada no mercado de trabalho buscando mais qualificação através de cursos de pós-graduação. E se perpetuam como verdadeiros estudantes profissionais.
Ao graduarem esses alunos não conseguem emprego, continuam seus estudos em nível de mestrado, e, por vezes, mesmo após o mestrado, se sentem tentados a continuar no doutorado. Pelo simples fato de ser mais fácil continuar a estudar e ter uma bolsa de estudos do que se submeter às agruras de um mercado de trabalho que não quer pagar pelo seu conhecimento.
Outra saída para esses profissionais recém-formados é procurar emprego no exterior. Mesmo que a princípio tenham dificuldade de trabalhar na área de sua formação, muitos jovens optam por procurar condições mais favoráveis de trabalho em outros países. Alguns procuram se especializar no exterior e pretendem ficar por lá. Até quando isso vai continuar assim. Nosso país não suporta mais essa fuga de conhecimento e transferência de capital intelectual. Exportamos conhecimento e importamos tecnologia. Essa conta é bastante cara!
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Recebi da atual representando dos alunos do PPGP/UFES uma mensagem sobre um abaixo assinado para pedir mais seriedade do governo em suas políticas de pesquisa e fomento. Abaixo coloco o link para aqueles que se sentirem de acordo assinarem.
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