quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Lula precisa estudar sobre planejamento estratégico...

De tempos em tempos, podemos observar nossa população mobilizada em torno de um objetivo comum, vestindo as cores de nossa bandeira e bradando com orgulho sua brasilidade. Não... não estou falando de eleições (bem que gostaria que esse fosse o caso!). Refiro-me aos jogos olímpicos de verão, realizados no país da moda no momento (mesmo que os artigos de moda sejam falsificados, pirateados e afins), a China. Quase posso ouvir ao fundo aquela canção tornada tão popular pelos locutores globais que insistem em gritar o nome de nosso jogadores da seleção de futebol (principalmente aqueles cujos nomes possuem a letra R). Eu... sou brasileiro... com muito orgulho... com muito amor...

Pois bem. A Petrobras está bombando (literalmente!) nos últimos anos com as descobertas consecutivas de novas jazidas e nosso presidente enebriado pelo féu octanado do petróleo. A vaga de presidente populista pseudo-idealista concedida por Fidel está em disputa entre Venezuela e Brasil. Incomodado com o crescimento da influência política do colega bolivariano, nosso presidente esquerdista (pero no mucho) quer mostrar ao mundo que o Brasil tem o seu lugar.

Infelizmente, as decisões tomadas pela governo em Brasília parece posicionar o Brasil como o novo império sul-americano... das commodities! Ao invés de qualificar a população para agregar valor aos nossos produtos, continuamos nos orgulhando de batermos recordes de exportação com a agroindústria. Não quero menosprezar o trabalho duro do povo do campo, entretanto, devo lembrar que o crescimento de nossa produção agrária só é possível com trangênicos, pesticidas e empresas agrícolas multinacionais que compram as terras produtivas brasileiras a preço de bananas.

Num surto de populismo getulista, nosso caro líder sindical/presidente anunciou desejo de criar uma nova estatal para administrar a produção nos campos de pré-sal. O petróleo é nosso (ecos de Getúlio assombram o discurso lulista). Agora, querem tornar nosso país exportador de diesel.

Retrocesso. Isso é uma vergonha e um ultrage ao potencial de crescimento do Brasil (que já é bem mixuruca). Se o Brasil fosse uma empresa, deveria contratar uma consultoria para rever sua missão e sua visão. Se continuarmos focados na falsa glória de megacolônia de oligoculturas, ficaremos cada dia mais longe de um Brasil no qual a população tenha infraestrutura e serviços públicos básicos que atendam dignamente os que regam as safras e as cifras dos investidores com seu suado labor diário.

Voltando às eleições... (você ainda ouve aquela música ao fundo!?)
É claro que investir em educação, saúde e infraestrutura não rende tantos votos quanto a promessa de dinheiro e emprego movidos à petróleo. Mas o que o Brasil realmente precisa é encontrar um combustível renovável para acelerar o crescimento sustentável e seguir rumo a um futuro melhor.

E o tal planejamento estratégico?!?
Vejamos o exemplo das cidades-estado dos Emirados Árabes Unidos (Dubai, Abu Dabi) que usam os petrodólares como investimento em outros setores: financeiro, tecnológico e recursos humanos. Isso não é conto das mil e uma noites nem estória para boi dormir. Alguns países do leste asiático (Japão, Coréia do Sul, e até a monstruosa China) fizeram seu dever de casa, reviram sua visão de plantadores de arroz e bambu e hoje exportam tecnologia e serviços.

E quando me lembro do nosso já saudoso Caymi, me pergunto se o que a baiana tem é só banana, caruru e munguzá ou se ela vai nos surpreender e tirar debaixo de seus panos algo novo e surpreendente.

E então senhor Presidente, o que vai ser: buchada ou rabada?


Sphere: Related Content

Nenhum comentário:

Creative Commons License