quinta-feira, 24 de março de 2011

Ficou mais fácil realizar o sonho de estudar fora do país


Dá para parcelar o intercâmbio, facilidade que aumentou a busca por pacotes nas agências

12/03/2011 - 16h32 - Atualizado em 12/03/2011 - 16h32
A Gazeta
foto: Vitor Jubini
Júlia Godoi, 24 anos, fez intercâmbio para Inglaterra. - Editoria: Cidades - Foto: Vitor Jubini
Planejamento ajudou arquiteta Júlia Godoi, 24 anos, a ir a Londres

Priscilla Thompson
ppessini@redegazeta.com.br

O sonho do intercâmbio parcelado em até dois anos. Preços que antes tornavam a viagem cultural a outro país uma realização quase impossível para jovens e adultos, agora estão entrando no orçamento da população e tornando o sonho uma realidade. As agências de intercâmbio estão facilitando a vida de quem deseja aprender um idioma inserido em outra cultura, oferecendo maiores condições de parcelamento e, com isso, aumentando a procura por pacotes.

A baixa do dólar, a expansão da classe média e uma maior disponibilidade financeira da população são alguns dos fatores que explicam essa mudança, diz a diretora de Educação Internacional do Yázigi, Neuza Leal. "Um curso de inglês com duração de duas semanas no Canadá, por exemplo, hoje custa cerca de mil dólares, com acomodação. E a pessoa pode parcelar em quantas vezes quiser", explica.

Viagem programada
O ideal é que a viagem seja programada com antecedência, já que a maioria das agências exigem que o valor do curso esteja quitado até um mês antes da viagem. Quem se programa até dois anos antes, têm todo esse período para quitar a dívida e ainda pode pagar parcelas menores de acordo com a cotação momentânea da moeda.

O orientador da CI intercâmbios, Wesley Medina, conta que existem também opções de parcelamento em até 24 meses. "Mas, nessa condição, o parcelamento não é sem juros. Vale mais a pena para quem opta por um curso de longa duração, que geralmente tem um custo maior", orienta.

E as opções de intercâmbio são muitas: vão desde um curso de idiomas com curta duração até um estágio profissional com duração de até um ano ou os voltados para a terceira idade. "De jovens a adultos, há opções para todos", diz Neuza.


Experiências que ensinam um outro jeito de viver

Aprender uma outra língua é diferente de "vivê-la". É por isso que, para o psicólogo Fábio Nogueira, a experiência do intercâmbio é única, e não só para adolescentes como também para adultos. Ele, que já foi intercambista por duas vezes e trabalhou orientando esses alunos, afirma que a viagem tem, ainda, outras inúmeras vantagens. "Você tem acesso a uma outra cultura pelo olhar de quem vive nela, e não pelo seu olhar. Isso acaba fazendo com que você se dê conta de si mesmo, dos seu comportamento e da sua realidade. É como se um peixe saísse da água e só assim percebesse que é um peixe", explica. Aprender outros valores e a respeitar as diferenças são aprendizados igualmente importantes, segundo ele. "São coisas das quais vocês se dá conta apenas quando vivencia", diz.


Planejamento ajudou arquiteta a ir a Londres

Há cerca de um ano, a estudante de arquitetura Júlia Godoi Sarcinelli, 24 anos, decidiu que iria fazer um curso de inglês em Londres, na Inglaterra. Os planos, que já eram antigos, facilitaram a conquista do sonho. "Tomei a decisão dois meses antes, mas já vinha pensando nisso fazia algum tempo. Fui juntando dinheiro e, por fim, pedi uma ajuda pro meu pai. Acabou dando tudo certo", conta. Ela passou nove semanas estudando inglês e afirma que o aprendizado foi além do que esperava. "Eu tinha vontade de fazer um intercâmbio para aperfeiçoar o inglês e viajar, mas acabei aprendendo também muita coisa sobre a arquitetura moderna de Londres. Vi de perto coisas que eu estudava. Achei isso fantástico", diz. Ela também destaca a vivência com a família que a hospedou e os amigos que fez pelo mundo inteiro. "Aprendi muito com eles, porque eram as pessoas que eu via o tempo inteiro, que tinham muito a me ensinar. Foi tudo muito bom", lembra.


Crescimento

50% de aumento


É o aumento médio da procura por intercâmbios nas agências, nos últimos anos. A estimativa é da diretora de Educação Internacional do Yázigi, Neuza Leal


Conheça os principais tipos de intercâmbio e as formas de pagamento


Intercâmbio High School

O que é: Voltado para alunos do ensino médio que desejam cursar um ou dois períodos escolares em outro país

Duração: De um a dois semestres

Pré-requisitos: Ter pelo menos 15 anos, conhecimentos da língua do país de destino e ser bom aluno

Hospedagem: O aluno fica hospedado na casa de uma família ou, em alguns casos, em internato da própria escola


Intercâmbio de idiomas

O que é: Cursos para quem deseja aprender outra língua e outra cultura. Também é chamado de intercâmbio cultural. São mais baratos por serem mais focados e, em geral, terem duração menor

Opções: Atualmente são oferecidos cursos nos mais diversos países e para idiomas que vão do inglês ao francês, russo e mandarim

Duração: Mínima de duas semanas e máxima de um ano

Pré-requisitos: Em geral, o interessado deve ter mais de 16

Hospedagem: Casa de família ou em residência estudantil

Escolha: O aluno pode escolher a duração e a carga horária do curso, a época da viagem, o destino e a acomodação


Intercâmbio profissional

O que é. Oferece oportunidades de empregos no exterior por um determinado período. Em geral, são acompanhados de um curso de idiomas

Duração: Mínimo de dois meses e máximo de um ano

Pré-requisitos: Ter conhecimento da língua. Alguns têm limite mínimo de idade

Hospedagem: Em casa de família

Escolha: O aluno pode escolher o tipo de trabalho (casas de família, cuidadores de crianças, ou em restaurantes e hotéis) e dedicar parte do tempo a um curso de idiomas. Em alguns casos, ganha um mês de férias ao final da temporada


Intercâmbio universitário

O que é: Voltado para estudantes universitários, acima do 4º período ou recém-formados, possibilitam, por exemplo, a prática de estágio no exterior

Duração: Em geral, de quatro a seis meses

Pré-requisitos: Estar acima do 4º período e conhecimentos do idioma


FORMAS DE PAGAMENTO

Curso: O curso (com hospedagem inclusa) geralmente é pago na moeda do país ou em dólar. O aluno pode começar a pagar quando desejar, desde que quite o valor até um mês antes da viagem

Boleto bancário: Não é preciso pagar uma parcela a cada mês. O aluno pode acompanhar a cotação da moeda para pagar um percentual a mais em um período apenas

Cartão: Algumas empresas oferecem o pagamento no cartão de crédito, que pode terminar após a viagem. As condições dependem da operadora do cartão

Passagens: O valor das passagens aéreas não é incluído no valor do curso. Esse pagamento é feito à parte, a não ser que a empresa de intercâmbio facilite a transação. O parcelamento depende da companhia aérea.


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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pós-graduação em Sexologia na FAESA



Objetivos
  • Formar profissionais éticos, capazes de explorar, analisar, compreender e interagir as múltiplas dimensões que caracterizam as pessoas, os grupos, a sociedade e a cultura no que tangem à sexualidade humana.
  • Orientar profissionais a atuar em sua área profissional usando os conhecimentos da Sexologia para compreender e intervir em relação a fenômenos e processos relativos à sexualidade humana de acordo com as múltiplas dimensões que caracterizam as pessoas, os grupos, a sociedade e a cultura.


Público-alvo

Psicólogos, Médicos, Enfermeiros, Pedagogos, Educadores, Teólogos, Filósofos, Sociólogos, Antropólogos, e demais profissionais das áreas que fazem interface com os campos de conhecimento da saúde, da educação e das ciências humanas que busquem desenvolver competências para intervenção em contextos que envolvam a sexualidade humana.


Disciplinas

Introdução ao estudo da Sexualidade
História da Sexualidade e da Sexologia
Perspectiva Sócio-Antropológica da Sexualidade
Desenvolvimento Sexual Humano
Farmacologia em Sexologia
Diagnóstico e Técnicas de Entrevista em Sexologia
Tópicos Avançados em Sexologia
Metodologia científica
Ética em Sexologia
Anatomia e Fisiologia Sexual Masculina
Anatomia e Fisiologia Sexual Feminina
Teorias e Sistemas Psicológicos
Psicofisiologia da Sexualidade
Respostas, Disfunções e Inadequações Sexuais
Metodologia da Pesquisa
Didática (optativa)


Corpo Docente

Milton Costa (Especialista)
M.Sc. Carlos Boechat
Atílio Colnago (Especialista)
M.Sc. Fábio Nogueira
Dra. Kirlla Dorneles
M.Sc. Daiana Stursa
Dra. Cláudia Patrocínio Canal
M.Sc.Eliana Cintra 
Dr. Luis Henrique
M.Sc. João Eudes Pinheiro
M.Sc. Diermerson Saqueto
M.Sc. Andréia Nascimento
Eduardo Marsiglia (Especialista)
José Augusto Almeida (Especialista)
Lorena Meneguelli (Especialista)
Dr. Alessandro Fasolo Cezario
Rogério Rodrigues (Especialista)

Coordenação
M.Sc. Carlos Boechat
M.Sc. Fábio Nogueira

Clique aqui para fazer sua inscrição.

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sábado, 4 de dezembro de 2010

Aprendendo a pensar - por Stephen Kanitz

Segue abaixo uma reflexão do Kanitz bem legal. Acho que vou mudar mais um pouco minhas aulas...


***


A maioria das aulas que tive foi expositiva. Um professor, normalmente mal pago e por isso mal-humorado, falava horas a fio, andando para lá e para cá. Parecia mais preocupado em lembrar a ordem exata de suas idéias do que em observar se estávamos entendendo o assunto ou não.

Ensinavam as capitais do mundo, o nome dos ossos, dos elementos químicos, como calcular o ângulo de um triângulo e muitas outras informações que nunca usei na vida. Nossa obrigação era anotar o que o professor dizia e na prova final tínhamos de repetir o que havia sido dito.

A prova final de uma escola brasileira perguntava recentemente se o país ao norte do Uzbequistão era o Cazaquistão ou o Tadjiquistão. Perguntava também o número de prótons do ferro. E ai de quem não soubesse todos os afluentes do Amazonas. Aprendi poucas coisas que uso até hoje. Teriam sido mais úteis aulas de culinária, nutrição e primeiros socorros do que latim, trigonometria e teoria dos conjuntos.

Curiosamente não ensinamos nossos jovens a pensar. Gastamos horas e horas ensinando como os outros pensam ou como os outros solucionaram os problemas de sua época, mas não ensinamos nossos filhos a resolver os próprios problemas.

Ensinamos como Keynes, Kaldor e Kalecki, economistas já falecidos, acharam soluções para um mundo sem computador nem internet. De tanto ensinar como os outros pensavam, quando aparece um problema novo no Brasil buscamos respostas antigas criadas no exterior. Nossos economistas implantaram no Brasil uma teoria americana de "inflation targeting", como se os americanos fossem os grandes especialistas em inflação, e não nós, com os quarenta anos de experiência que temos. Deu no que está aí.

De tanto estudar o que intelectuais estrangeiros pensam, não aprendemos a pensar. Pior, não acreditamos nos poucos brasileiros que pensam e pesquisam a realidade brasileira nem os ouvimos. Especialmente se eles ainda estiverem vivos. É sandice acreditar que intelectuais já mortos, que pensaram e resolveram os problemas de sua época, solucionarão problemas de hoje, que nem sequer imaginaram. Raramente ensinamos os nossos filhos a resolver problemas, a não ser algumas questões de matemática, que normalmente devem ser respondidas exatamente da forma e na seqüência que o professor quer.

Matemática, estatística, exposição de idéias e português obviamente são conhecimentos necessários, mas eu classificaria essas matérias como ferramentas para a solução de problemas, ferramentas que ajudam a pensar. Ou seja, elas são um meio, e não o objetivo do ensino. Considerar que o aluno está formado, simplesmente por ele ter sido capaz de repetir os feitos intelectuais das velhas gerações, é fugir da realidade.

Num mundo em que se fala de "mudanças constantes", em que "nada será o mesmo", em que o volume de informações "dobra a cada dezoito meses", fica óbvio que ensinar fatos e teorias do passado se torna inútil e até contraproducente. No dia em que os alunos se formarem, mais de dois terços do que aprenderam estarão obsoletos. Sempre teremos problemas novos pela frente. Como iremos enfrentá-los depois de formados? Isso ninguém ensina.

Existem dezenas de cursos revolucionários que ensinam a pensar, mas que poucas escolas estão utilizando. São cursos que analisam problemas, incentivam a observação de dados originais e a discussão de alternativas, mas são poucas as escolas ou os professores no Brasil treinados nesse método do estudo de caso.

Talvez por isso o Brasil não resolva seus inúmeros problemas. Talvez por isso estejamos acumulando problema após problema sem conseguir achar uma solução.

Na próxima vez em que seu professor começar a andar de um lado para o outro, pense no que você está perdendo. Poderia estar aprendendo a pensar.

Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br).

Artigo Publicado na Revista Veja, Editora Abril, edição 1763, ano 35, nº 31, 7 de agosto de 2002, página 20.



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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Defesa de pesquisa de Mestrado sobre Orientação Profissional

Dissertação: "Qualificação e indicadores de competências do orientador profissional: perspectivas de docentes e profissionais"


Autora: Juliana AntunesData: 12 nov 2010 - 14h
Local: Sala Carolina Bori (FFCLRP - USP)

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